vendredi 19 mars 2010

Tudo Novo de Novo

Tudo novo, de novo!

Par Maria Dulce e Rosendo


Oi pessoal, esse post é muito especial porque vimos comunicar que temos uma casa nova e linda !!!

Depois de muita procura, muitos nãos, muitos sustos (com os apartamentos velhos e/ou sujos), encontramos um apartamento que gostamos muito. Ele tem dois quartos (um para gente e um para os amigos queridos que veem nos visitar), cozinha, banheiro e sala. Tem uma área atrás também que podemos fazer churrasco no verão, claro!

Aqui eles chamam esse tipo de apartamento de 4 ½. 1/2 é sempre referente ao banheiro. E os demais números se referem aos cômodos. O 4 quer dizer que é uma cozinha, sala e dois quartos. Tem 2 ½, 3 ½, 4 ½, 5 ½ e etc, não se falam os números de quartos como no Brasil, e sim o número de cômodos.

Outra coisa diferente é que tudo é medido em pés ou polegadas. E pra gente que está acostumado com metros e centímetros é um nó na cabeça. O Québec por ser francês, adota o sistema métrico decimal (como na Europa Continental), mas o resto do Canadá adota o sistema inglês de libras, onças, pés e polegadas. Então já viu né ? A geladeira, o fogão, são medidos em pés, depois é que vem bem pequenino e às vezes nem vem em centímetros ou metros.  A mesma coisa é no mercado que os preços das coisas que são compradas no peso estão em libras e não em quilos, mas vamos aprendendo e nos acostumando. Já sei que duas libras equivalem a quase um quilo, ai fica tudo mais fácil.

Mas voltando para o apartamento. Depois de alugar, veio a melhor e a pior parte ao mesmo tempo. Montar tudo, escolher, separar, comprar, uma delícia. Agora gastar $$, limpar tudo e montar todas as coisas, isso é melhor esquecer kkkk. Já podemos trabalhar como faxineiros, ajudante de marceneiro, ajudante de eletricista, ou seja, fizemos um intensivão de como nos virar em duas semanas.

Falando na parte boa, escolhemos muitas coisas legais para nossa nova casa. É engraçado começar tudo do zero, ou quase zero. Digo quase porque trouxemos do Brasil algumas coisas como: lençóis, toalhas e alguns objetos de “estimação”. Mas para quem tinha a casa montada e completinha como tínhamos, recomeçamos do zero aqui, e isso foi ótimo.

Aqui precisamos ter cuidado apenas com uma coisa, como os eletrodomésticos são muito baratos e tem de tudo pra tudo, você quer comprar e acaba comprando coisas que não vai usar ou que vai encher a casa sem necessidade. Então combinamos assim: eu controlo Rosendo nos abusos dele e ele me controla nos meus. O único problema é quando o abuso é do casal, ai não tem jeito kkkkkk.

Posso dizer que estou adorando! Copiamos algumas coisas que tínhamos na nossa casa no Brasil e descartamos outras que sabíamos que não íamos usar. Afinal, os erros são ensinamentos que não devemos esquecer.

Depois de muita andança, muitas sacolas, caixas e muita limpeza, enfim nosso apartamento ficou LINDO e com nossa cara!!!.

Estamos muito felizes com a casa nova, de ter nosso cantinho e nossas coisas arrumadas. A rua é tranqüila e bem perto do metrô. Em três minutos chegamos no metrô e em cinco estamos na plataforma para pegá-lo. Só quem passa um inverno aqui sabe a importância dessas informações.

A rua é arborizada e tranqüila. Aqui bem perto tem também um parque, uma boulangerie (padaria), supermercado, uma casa de frutas e verduras, uma pizzaria, uma lanchonete subway e uma escola de natação.

Podemos ver também, agora com o tempo melhor, alguns passarinhos e no verão alguns esquilos. As pessoas estão começando a plantar flores e as árvores em breve estarão verdes novamente.

E podemos aproveitar a segurança e fazer muitos programas a pé. Vamos andar para resolver as coisas, desopilar e fazer uma boa caminhada para a saúde.

Depois de sete anos, estamos nos sentindo de novo recém-casados. E isso é importante porque a vida aqui é bem mais pacata (pelo menos para mim que tinha uma rotina louca no Brasil) e ficamos muito mais tempo em casa e curtindo programas caseiros.

Por enquanto é isso pessoal. Abaixo algumas fotos para vocês verem nosso belo trabalho!!!


A frente da nossa casa no dia que assinamos o contrato

Sala de Estar - foto 1

Sala de Estar - foto 2

Cozinha e sala de jantar

Cozinha

Nosso primeiro almoço na nossa casa: arroz, feijão, salada e bife, la vraie cuisine bresilienne

Nosso quarto

Segundo quarto: estudos e visitas

Abraços Dulce & Rosendo

mercredi 10 mars 2010

Eu Adoro Meia-Calça

Eu adoro meia-calça !!!

par Maria Dulce

Não, não vocês não estão enganados, fui eu mesma quem escreveu o título do post. Quem me conhece está no mínimo achando estranha essa frase, e posso assegurar que não estou louca, não estou mentindo e nem bebi nenhum gole de álcool.


Na verdade essa frase foi apenas o mote para falar de mudanças e da importância de deixar que elas aconteçam em nossa vida. Quem me conhece pelo menos um pouco sabe que eu odiava meia-calça, aliás não gosto de qualquer roupa que me aperte. Mas meia-calça em especial porque além de apertar, é ruim de calçar, desfia, se fizer calor ela coça, e ainda fica no limite entre o bonito e chique com o brega, enfim, meia-calça não era algo que eu pensava ou gostava de usar.

Depois que cheguei aqui no Canadá, e estou enfrentando meu primeiro inverno, tudo mudou! A meia-calça é uma companheira constante e já visto-a com rapidez todos os dias. Ela não só aquece como evita que o vento frio bata diretamente na sua pele por baixo da calça. Eu a uso com saia, vestido, calça jeans ou qualquer outra calça, e acreditem hoje posso dizer que a ADORO!!

A mudança para um país com hábitos e costumes diferentes não implica somente na mudança de endereço, de emprego e de língua, implica também na mudança de costumes, de conceitos, de hábitos.

Aqui convivemos com a diversidade diariamente. Aqui tem bairro português, chinês, italiano, judeu, gay, negro. E todos se misturam. Cada um usa o que quer e como bem entende. Não há preconceito se você é branco, preto, amarelo. Se você é homossexual, bissexual, heterossexual. Se você freqüenta a Igreja, a Sinagoga, o Templo, se vai para missa ou para o culto. Todos são livres e iguais e você deve respeitar essas diferenças, isso é um PRINCIPIO BASICO CANADENSE!

Além disso, principalmente quem sai do calor que saímos, tem que se habituar com outros costumes. Colocar casaco, segunda pele, cachecol. Se entupir de hidratante, passar pomada nos lábios e não esquecer NUNCA de que a qualquer hora pode dar um vento que vai congelar até seu pensamento.

Ah! também aprendi a secar o cabelo! Meu Deus usando secador todos os dias, ainda me estranho. Confesso que a parte do hidratante ainda me massacra. Definitivamente e diferente da meia-calça, acho que ele será uma eterna obrigação. Odeio aquela meleca gosmenta na sua mão, e depois o trabalhão de espalhar pelo corpo todo. Mas aqui se não passarmos hidratante ficamos igual cobra trocando a pele, um horror!

Outro hábito que temos que nos acostumar: aqui cada um faz suas coisas, não tem quem te entregue tudo bonitinho e preparado. Até tem, mas é caro. Quer se mudar? Se prepare para fazer sua mudança, e se tiver sorte com um grupo de amigos para te ajudar. Quer comprar móveis? Esqueça daquela lojinha linda no Brasil onde tudo chegava acompanhado dos “montadores”. Aqui você escolhe, compra e monta! Quer a casa limpinha? Arregace as mangas e comece a trabalhar. Nada de chamar fulaninha ou sicraninha para fazer uma diária, aqui quem arruma sua casa é você (e seu marido e/ou filhos, claro!).

É por isso que você entende rapidamente o hábito que eles tem de tirar os sapatos quando entram em casa (aqui, em qualquer casa, você tira o sapato antes de entrar). É que todo mundo sabe o trabalho que dar manter a casa limpa. E no inverno então, os sapatos sujam a casa inteira.

Mas mudanças são necessárias e se você souber aproveitá-las são lições que aprendemos ao longo da vida.

Quando penso em mudança lembro que todos diziam que íamos sofrer a crise dos sete anos de casados. Então pensamos no porquê da crise dos setes anos de casados, e li um texto muito interessante do Professor Stephen Kanitz (www.kanitz.com.br) que se chama “O segredo do casamento” (http://casamentos.melhores.com.br/2009/07/o-segredo-do-casamento.html#more)

De forma resumida, ele diz no texto que ninguém aguenta ficar casada(o) com o mesmo homem(mulher) por anos, sem que haja mudanças. Porque a rotina mata o amor, a paixão, a sedução. A solução é que você precisa inovar, ir atrás de coisas novas, mudar.

E lembrei disso esses dias que fizemos sete anos de casados, com muito amor e união. E para que não tivéssemos crise dos sete, resolvemos mudar radicalmente. Mudamos não só de casa, mas de País, de língua, de costumes. Quero ver termos rotina com tantas novidades.

Muitos acham que mudança é sinal de fraqueza, mas creio que você se permitir mudar é sinal de força. Quem estaciona no tempo não é forte, e sim fraco e medroso. Não tem coragem de arriscar e tentar um novo, não tem coragem de experimentar, de mudar de opinião.

Agradeço a cada dia as oportunidades que tenho de mudar, através das mudanças é que vejo que posso ser uma pessoa melhor.

No final do ano, minha amiga Claudinha levou para nosso encontro um cartão de Dom Hélder com duas frases lindas. Uma tem muito a ver com meu post: “Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo!

"Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo!" (Dom Hélder Câmara)

Pois é assim que penso hoje, mudanças são necessárias e importantes, para que possamos crescer, aprender, ensinar, compartilhar, mudar, valorizar, conhecer e se permitir. Mudança é para quem tem coragem, para quem tem sede de vida e de felicidade.

Até a próxima!

Maria Dulce & Rosendo